O recente caso de abandono de dois filhotes de gato no distrito de Floriano, em Barra Mansa, revela não apenas a crueldade de quem comete maus-tratos, mas também a necessidade de uma atuação firme e contínua para combater esse tipo de crime. A rápida intervenção da Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar dos Animais (SMPA) e da Guarda Ambiental demonstra um avanço importante na fiscalização, mas a ocorrência levanta questionamentos: por que esses casos continuam se repetindo?
O abandono de animais é uma violação grave e está claramente tipificado como crime pela legislação brasileira, com penas de até cinco anos de reclusão e multas severas. No entanto, o que se observa na prática é que muitos agressores permanecem impunes ou recebem sanções brandas, o que perpetua a sensação de que esses atos não terão consequências reais.
A postura do secretário Carlos Roberto de Carvalho, o Beleza, ao afirmar que “não iremos tolerar maus-tratos nem abandono em nosso município”, é importante e necessária. Mas o discurso precisa se traduzir em ações mais estruturadas. Além da resposta imediata, é essencial fortalecer campanhas permanentes de conscientização, ampliar a fiscalização em áreas vulneráveis e garantir que quem comete esses crimes seja responsabilizado de forma exemplar.
Casos como este de Floriano não são isolados. Maus-tratos a animais são, infelizmente, uma realidade cotidiana em diversas regiões. O abandono em locais públicos, como no estacionamento do supermercado onde os filhotes foram deixados, expõe a fragilidade das políticas de proteção animal quando não há vigilância contínua e canais eficientes de denúncia.
Se Barra Mansa deseja, de fato, ser um município comprometido com o bem-estar animal, a atuação da SMPA não pode se limitar a casos pontuais. É necessário investir em uma estrutura robusta de resgate e acolhimento, além de garantir que cada denúncia seja tratada com a devida seriedade. Mais do que “estar de olho”, como declarou o secretário, o município precisa adotar uma política pública permanente, com ações educativas, punições rigorosas e apoio efetivo para programas de adoção responsável.
A sociedade não pode mais aceitar que o abandono e os maus-tratos sejam tratados como simples desvios de conduta. Cada animal abandonado ou agredido é uma vida vulnerável que merece proteção. O caso de Floriano é um alerta claro: sem punição efetiva e políticas públicas abrangentes, o ciclo de crueldade continuará se repetindo.
Foto Divulgação

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